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É possível garantir saúde mental com a Escala 6x1? Essa revisão é urgente!

A discussão sobre a escala de trabalho 6x1 — onde o trabalhador tem seis dias consecutivos de trabalho e apenas um de folga — é uma das mais relevantes quando falamos de saúde mental no ambiente corporativo. 

Tenho uma experiência pessoal sobre o impacto desse sistema: meu irmão trabalhou anos nessa escala e eu testemunhei, de perto, como isso limitava sua vida em múltiplas áreas. Sem energia para atividades além do trabalho e um planejamento quase impossível para o tempo livre, ele perdeu muito de sua capacidade de viver fora do ambiente profissional.

Quanto custa o descanso insuficiente? 

Trabalhar seis dias seguidos pode parecer simples em teoria, mas, na prática, é exaustivo. Estudos e especialistas em saúde mental alertam que um único dia de folga não é suficiente para a recuperação completa, principalmente quando esse período de "descanso" ainda inclui as demandas da vida doméstica e as obrigações pessoais acumuladas ao longo da semana. 

Com o tempo, essa dinâmica pode causar fadiga crônica, estresse contínuo e o aumento do risco de desenvolver condições como ansiedade, depressão e burnout (que infelizmente já são comuns).

De acordo com a International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil é o segundo país com mais casos de burnout no mundo, e a escala 6x1 agrava essa realidade (e que não me deixa mentir).

Muitos profissionais, especialmente os que trabalham em setores operacionais ou que exigem presença constante, sentem-se exauridos e, como resultado, veem uma queda não apenas na saúde mental, mas também na produtividade.

Não há um trabalho voltado para prevenção, afinal:

Existe equilíbrio e qualidade de vida na Escala 6x1?

Não dá para falar em equilíbrio entre vida pessoal e profissional quando se trata de escala 6x1, onde as pessoas frequentemente precisam escolher entre descansar ou aproveitar o tempo com familiares e amigos. O resultado? Um dilema constante que prejudica relações importantes. 

Quando olhamos para países que adotaram semanas de trabalho mais curtas ou com mais flexibilidade, como o Reino Unido e a Alemanha, percebemos que essas alternativas não só aumentam a satisfação dos funcionários, mas também podem trazer benefícios para as empresas, com produtividade e retenção de talentos em níveis elevados.

E quais alternadticas para um ambiente mais saudável?

Alguns movimentos, como o "Movimento Vida Além do Trabalho", busca exatamente isso: mais equilíbrio e condições de trabalho que respeitem os limites humanos. Em 2024, essa iniciativa colaborou com propostas legislativas para reduzir a jornada de trabalho no Brasil, visando oferecer um descanso mais substancial e, consequentemente, uma recuperação mais efetiva para os trabalhadores

Repensar para cuidar: chegou a hora!

Quando empresas revisam suas políticas de jornada de trabalho e promovem verdadeiramente o bem-estar de seus colaboradores, não estão apenas cuidando das pessoas, mas também investindo em uma cultura corporativa mais saudável e em resultados sustentáveis a longo prazo. 

A mudança exige esforço e um compromisso real com a saúde mental, e, para os trabalhadores, representa a oportunidade de uma vida com mais qualidade e menos desgaste.

O debate sobre a escala 6x1 não é apenas sobre horários; é sobre a qualidade da vida que permitimos aos profissionais. A quem interessa que esses profissionais continuem a viver nessas condições?

Esse é um convite às empresas, gestores e políticos para refletirem e considerarem modelos que realmente ofereçam qualidade de vida aos trabalhadores, porque produtividade e saúde não precisam ser opostos!

 
 
 

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